domingo, 16 de outubro de 2016

Uma bobagem chamada canibalização das mídias


                                                                                                                                                                       Levi Ceregato
O levantamento do G1, baseado em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apontando que o maior gasto dos candidatos nas campanhas políticas deste ano refere-se à publicidade com materiais impressos soterra de vez a tese da canibalização entre as mídias, segundo a qual o eletrônico extinguirá o produto gráfico. Tal insinuação, aliás, jamais teve base de sustentação em dados concretos e reais. A internet, as redes sociais, os blogs, os sites jornalísticos da Web, os aplicativos e a acessibilidade em celulares e tablets são avanços fantásticos, criaram numerosas facilidades para a sociedade contemporânea e democratizaram a comunicação, mas não estão matando as demais mídias.
É preciso analisar com bom senso e serenidade essa questão, a partir de dados e pesquisas consistentes, para não se divulgarem conceitos e informação de modo leviano e irresponsável. Distintos estudos, do Brasil e do exterior, abordando a publicidade, o mercado editorial e o universo jornalístico, são congruentes quanto ao disparate de que o impresso sucumbirá.
Pesquisa dos Correios, realizada este ano na cidade de São Paulo, mostrou que a maioria dos 2.400 entrevistados confia mais nos folhetos e malas diretas do que em qualquer outra mídia como forma de comunicação. Esta é a preferência de 26,3% dos depoentes. Seguem-se: rádio e TV (25%), jornais e revistas (16,7%), divulgação na internet (14,4%) e e-mails (14,1%).
Outro estudo recente, realizado pela Associação Brasileira de Empresas com Rotativas Offset (ABRO), abrangendo universo de 1.027 pessoas, 31 agências de publicidade e 100 empresas varejistas de todo o País, demonstrou: quando quer se informar sobre algum produto, a maioria da população (56%) vai diretamente ao ponto de venda, o que revela a importância das embalagens como influenciadoras da decisão de compra; outros 37% informam-se por meio de folhetos. Na soma das duas alternativas, observamos que 93% consultam materiais impressos para se orientar sobre o consumo de bens. A pesquisa também mostra que 100% das agências de publicidade recomendam a propaganda em folhetos e que 88% dos varejistas aderem a essa modalidade.
As duas novas pesquisas corroboram estudos internacionais que comprovam a credibilidade da comunicação impressa, como o relatório da American University, de Washington (EUA), que abordou 300 universitários dos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Eslováquia, concluindo: apesar da ampla disponibilidade de plataformas eletrônicas como smartphones, tablets, readers e computadores, cujo uso faz parte da rotina dos jovens, o livro impresso segue muito à frente na preferência dos estudantes para leituras sérias, com 92%.
Estudo da Nielsen BookScan indicou que o número de livros impressos vendidos nos Estados Unidos em 2014 subiu 2,4%, alcançando 635 milhões de unidades. Segundo especialistas, o crescimento da venda de livros físicos deverá manter-se nos próximos anos, pois os novos leitores parecem gostar cada vez mais do papel. A Nielsen revela que a maioria dos adolescentes entre 13 e 17 anos prefere obras impressas. Além disso, as vendas de títulos de ficção para jovens adultos cresceram 12% em 2014, mais do que os dirigidos aos adultos.
Pesquisa realizada em 2014 pelo DataFolha demonstrou que, no Brasil, 59% dos leitores de livros e 56% de revistas optam pelas edições convencionais. No caso de jornais, 48% preferem acessá-los em computadores, tablets e celulares e 46% continuam fiéis às formas tradicionais. É interessante o fato de que 80% dos entrevistados brasileiros afirmaram que ler em papel é mais agradável do que em uma tela.
Todos esses estudos foram referendados pelos depoimentos e palestras do Summit de Comunicação, realizado em dezembro de 2015, na cidade de São Paulo, que terá sua segunda edição em 4 de outubro de 2016. Uma frase cirúrgica e conclusiva no evento mostrou ser uma bobagem a briga entre impresso e eletrônico e evidenciou a credibilidade e importância da tinta sobre o papel: "Não se constroem marcas apenas com mídia digital". O lúcido depoimento é de Sérgio Maria, diretor de Parcerias Estratégicas do Google!
Levi Ceregato é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e do Sindigraf-SP.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A 4a revolução industrial está em curso…- Texto de Udo Gollub


A 4a revolução industrial está em curso…- Texto de Udo Gollub


Udo Gollub. em Messe Berlin– (Conferência da Universidade da Singularidade)

Em 1998, a Kodak tinha 170.000 funcionários e vendeu 85% de todo o papel fotográfico vendido no  mundo. No curso de poucos anos, o modelo de negócios dela desapareceu e eles abriram falência. O que aconteceu com a Kodak vai acontecer com um monte de indústrias nos próximos 10 anos – e a maioria das pessoas não enxerga isso chegando. Você poderia imaginar em 1998 que 3 anos mais tarde você nunca mais iria registrar fotos em filme de papel?
No entanto, as câmeras digitais foram inventadas em 1975. As primeiras só tinham 10.000 pixels, mas seguiram a Lei de Moore. Assim como acontece com todas as tecnologias exponenciais, elas foram decepcionantes durante um longo tempo, até se tornarem imensamente superiores e dominantes em uns poucos anos.

O mesmo acontecerá agora com a inteligência artificial, saúde, veículos autônomos e elétricos, com a educação, impressão em 3D,  agricultura e empregos.
Bem-vindo à quarta Revolução Industrial!
O software irá destroçar a maioria das atividades tradicionais nos próximos 5-10 anos.
O UBER é apenas uma ferramenta de software, eles não são proprietários de carros e são agora a maior companhia de táxis do mundo.
 A AIRBNB é a maior companhia hoteleira do mundo, embora eles não sejam proprietários.
 Inteligência Artificial: Computadores estão se tornando exponencialmente melhores no entendimento do mundo. Neste ano, um computador derrotou o melhor jogador de GO do mundo, 10 anos antes do previsto. 
Nos Estados Unidos, advogados jovens já não conseguem empregos.  Com o WATSON, da IBM, V. pode conseguir aconselhamento legal (por enquanto em assuntos mais ou menos básicos) dentro de segundos, com 90% de exatidão se comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos. Por isso, se V. está estudando Direito, PARE imediatamente. Haverá 90% menos advogados no futuro, apenas especialistas permanecerão.
O WATSON já está ajudando enfermeiras a diagnosticar câncer, quatro vezes mais exatamente do que enfermeiras humanas. 
O FACEBOOK incorpora agora um software de reconhecimento de padrões que pode reconhecer faces melhor que os humanos. 
 Em 2030, os computadores se tornarão mais inteligentes que os humanos.
Veículos autônomos: em 2018 os primeiros veículos dirigidos automaticamente aparecerão ao público. Ao redor de 2020, a indústria automobilística completa começará a ser demolida.  Você não desejará mais possuir um automóvel.  Nossos filhos jamais necessitarão de uma carteira de habilitação ou serão donos de um carro.  Isso mudará as cidades, pois necessitaremos 90-95 % menos carros para isso.  Poderemos transformar áreas de estacionamento em parques.  Cerca de 1.200.000 pessoas morrem a cada ano em acidentes automobilísticos em todo o mundo. Temos agora um acidente a cada 100.000 km, mas com veículos auto-dirigidos isto cairá para um acidente a cada 10.000.000 de km. Isso salvara mais de 1.000.000 de vidas a cada ano.
  A maioria das empresas de carros poderão falir. Companhias tradicionais de carros adotam a tática evolucionária e constroem carros melhores, enquanto as companhias tecnológicas (Tesla, Apple, Google) adotarão a tática revolucionária e construirão um computador sobre rodas. 
Eu falei com um monte de engenheiros da Volkswagen e da Audi: eles estão completamente aterrorizados com a TESLA.
 Companhias seguradores terão problemas enormes porque, sem acidentes, o seguro se tornará 100 vezes mais barato. O modelo dos negócios de seguros de automóveis deles desaparecerá.
Os negócios imobiliários mudarão. Pelo fato de poderem trabalhar enquanto se deslocam, as pessoas vão se mudar para mais longe para viver em uma vizinhança mais bonita.
Carros elétricos se tornarão dominantes até 2020. As cidades serão menos ruidosas porque todos os carros rodarão eletricamente.
 A eletricidade se tornará incrivelmente barata e limpa: a energia solar tem estado em uma curva exponencial por 30 anos, mas somente agora V. pode sentir o impacto. No ano passado, foram montadas mais instalações solares que fósseis.
O preço da energia solar vai cair de tal forma que todas as mineradoras de carvão cessarão atividades ao redor de 2025.
Com eletricidade barata teremos água abundante e barata. A dessalinização agora consome apenas 2 quilowatts/hora por metro cúbico. Não temos escassez de água na maioria dos locais, temos apenas escassez de água potável. Imagine o que será possível se cada um tiver tanta água limpa quanto desejar, quase sem custo.
Saúde: O preço do Tricorder X será anunciado este ano.  Teremos companhias que irão construir um aparelho médico (chamado Tricorder na série Star Trek) que trabalha com o seu telefone, fazendo o escaneamento da sua retina, testa a sua amostra de sangue e analisa a sua respiração (bafômetro). Ele então analisa 54 bio-marcadores que identificarão praticamente qualquer doença. Vai ser barato, de tal forma que em poucos anos cada pessoa deste planeta terá acesso a medicina de padrão mundial praticamente de graça.
Impressão 3D: o preço da impressora 3D mais barata caiu de US$ 18.000 para US$ 400 em 10 anos. Neste mesmo intervalo, tornou-se 100 vezes mais rápida.
Todas as maiores fábricas de sapatos começaram a imprimir sapatos 3D.
Peças de reposição para aviões já são impressas em 3D em aeroportos remotos.
A Estação Espacial tem agora uma impressora 3D que elimina a necessidade de se ter um monte de peças de reposição como era necessário anteriormente.
No final deste ano, os novos smartphones terão capacidade de escanear em 3D.
 Você poderá então escanear o seu pé e imprimir sapatos perfeitos em sua casa.
 Na China, já imprimiram em 3D todo um edifício completo de escritórios de 6 andares.
 Lá por 2027, 10% de tudo que for produzido será impresso em 3D.
Oportunidades de negócios: Se V. pensa em um nicho no qual gostaria de entrar, pergunte a si mesmo:
 “SERÁ QUE TEREMOS ISSO NO FUTURO?” e, se a resposta for SIM, como V. poderá fazer isso acontecer mais cedo? Se não funcionar com o seu telefone, ESQUEÇA a idéia. E qualquer idéia projetada para o sucesso no século 20 estará fadada a falhar no século 21.
 Trabalho: 70-80% dos empregos desaparecerão nos próximos 20 anos. Haverá uma porção de novos empregos, mas não está claro se haverá suficientes empregos novos em tempo tão exíguo.
 Agricultura: haverá um robô agricultor de US$ 100,00 no futuro. Agricultores do 3º mundo poderão tornar-se gerentes das suas terras ao invés de trabalhar nelas todos os dias. A AEROPONIA necessitará de bem menos água.
 A primeira vitela produzida “in vitro” já está disponível e vai se tornar mais barata que a vitela natural da vaca ao redor de 2018. Atualmente, cerca de 30% de todos as superfícies agriculturáveis são ocupados por vacas. Imagine se tais espaços deixarem se ser usados desta forma.
 Há muitas iniciativas atuais de trazer proteína de insetos em breve para o mercado. Eles fornecem mais proteína que a carne. Deverá ser rotulada de FONTE ALTERNATIVA DE PROTEÍNA. (porque muitas pessoas ainda rejeitam ideias de comer insetos).
 Existe um aplicativo chamado “moodies” (estados de humor) que já é capaz de dizer em que estado de humor V. está.
 Até 2020 haverá aplicativos que podem saber se V. está mentindo pelas suas expressões faciais. Imagine um debate político onde estiverem mostrando quando as pessoas estão dizendo a verdade e quando não estão.
O BITCOIN (dinheiro virtual) pode se tornar dominante este ano e poderá até mesmo tornar-se em moeda-reserva padrão.
 Longevidade: atualmente, a expectativa de vida aumenta uns 3 meses por ano.  Há quatro anos, a expectativa de vida costumava ser de 79 anos e agora é de 80 anos. O aumento em si também está aumentando e ao redor de 2036, haverá um aumento de mais de um ano por ano. Assim possamos todos viver vidas longas, longas, possivelmente bem mais que 100 anos.
 Educação: os smartphones mais baratos já estão custando US$ 10,00 na África e na Ásia.  Até 2020, 70% de todos os humanos terão um smartphone.  Isso significa que cada um tem o mesmo acesso a educação de classe mundial.  Cada criança poderá usar a academia KHAN para tudo o que uma criança aprende na escola nos países de Primeiro Mundo.”

sábado, 4 de junho de 2016

Para dormir bem, é melhor ler um livro impresso do que um e-book, afirma um estudo divulgado nesta segunda-feira (22) na revista da Academia Americana de Ciências, a "PNAS". A pesquisa explica que a luz azul dos aparelhos eletrônicos afeta o sono.
Os resultados foram obtidos por cientistas do Brigham and Women's Hospital de Boston, que compararam os efeitos biológicos de ambos os tipos de leitura antes de dormir.
Durante duas semanas, 12 participantes fizeram suas leituras em tablets e em livros impressos quatro horas antes de dormir, durante períodos de cinco dias consecutivos.
"Aqueles que liam livros em tablets levaram mais tempo para dormir, tinham menos sono à noite e sua produção de melatonina (que induz ao sono) se reduzia", explica a autora da investigação e pesquisadora de Ciências do Sono do hospital de Boston, Anne-Marie Chang.
"Seu ritmo circadiano (relógio biológico interno) se atrasava, e estavam menos despertos no dia seguinte do que aqueles que leram livros impressos", acrescentou. "Os ritmos circadianos naturais do corpo são interrompidos pela luz de ondas curtas, conhecida como luz azul, que provém desses aparelhos eletrônicos", continuou Anne-Marie.
Menos alertas
Os pesquisadores constataram ainda que os leitores de tablets dormem uma hora mais tarde do que os outros e estão menos alertas no dia seguinte - mesmo depois de oito horas de sono. Investigações anteriores haviam demonstrado o efeito da luz azul na secreção de melatonina, mas seus efeitos no sono ainda não haviam sido estudados, disseram os cientistas.
Eles acreditam também que o uso desses aparelhos, principalmente entre crianças e adolescentes, "desempenha um papel, ao perpetuar a falta de sono", tendência que se agrava há meio século. Por esse motivo, os pesquisadores pedem investigações sobre as consequências, para a saúde, de seu uso em longo prazo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Off-set x Digital


Muito já ouvi se o digital vai substituir o offset, se vai chegar ao custo de ser competitivo em tiragens maiores e ai por diante... Devo confessar ser muito mais apresentável uma maquina impressora offset puxando folha à 15 mil por hora do que uma impressora digital imprimindo variáveis em suas melhores velocidades, certo dia meu pai, metalúrgico aposentado, passeando pela gráfica soltou a pérola: mais isso aqui sim é uma máquina, aquilo ai é uma impressora de computador melhorada.

Obvio que a impressão digital é muito produtiva, para o que foi concebida, diminui o tempo entre o sim do cliente e o material chegar na empresa dele de dias para algumas horas. Trabalhos que seriam incompatíveis em offset geram bons lucros para gráficas que agregam esta atividade. Aqui em nossa gráfica, por exemplo, 25% de tudo que se produz ( entenda aqui dinheiro que entra no bolso) já é digital; tiragens pequenas, dados variáveis, livros em pequenas tiragens – em era de e-books, mil ou dois mil livros já não são tão pequenas assim – são impressos em altíssima qualidade, eliminado etapas de acabamento e reduzindo tempo de produção ( leia nosso artigo sobre produtividade)

Uma coisa é inegável: todos os meios que brigaram com a tecnologia perderam:       vinil x cd x mp3, câmera filme x câmera digital x celular, taxis x uber - melhor parar com os exemplos... O importante e que pouca gente enxerga é que a impressão offset e sua cadeia de produção (pré e pós impressão) ainda carrega muita tecnologia embarcada (não estou falando de máquinas com projeto da década de 70 ok ?, apesar que naquela época as músicas eram muito melhores que as de hoje) enquanto se monta uma gráfica digital com cem ou cento e cinqüenta mil reais; na gráfica offset investe-se este mesmo valor apenas em software.

O que todas as gráficas deveriam entender é: não importa a cor do gato, desde que ele pegue o rato – não importa se vai ser um ponto de tinta aplicada no papel por um sistema de contra-grafismo baseado em óleo-água ou se vai ser um ponto de toner, seco ou líquido, transferido eletrostaticamente para o papel. Venda esta folha impressa logo pro seu cliente, antes que isto também mude.

 

Um grande abraço digital à todos

Gráfica e Editora 360